As crônicas aqui reunidas assemelham-se a relatos que a autora faz sobre sobre questões que a mobilizaram e preocuparam no momento em que as escrevia. E mesmo organizados em segmentos – “Escrevivências”, “Notícias do meu povo preto”, “Reflexões que nos fortalecem” e “Livros e leituras” – os textos se apresentam atravessados pelos mesmos problemas, e tratam de educação, racismo, cabelo crespo, política, história, feminismo, empoderamento, entre outros. Sem receio de provocar polêmica, Ana Paula lança mão de uma escrita contestadora, que suscita a reflexão sobre situações socialmente dispostas como verdades inquestionáveis. Redigidos com linguagem coloquial, tom intimista e aparentemente despretensiosos, como aliás deve ser toda crônica, os escritos abrem espaço para confidências que expressam emoções vividas, fatos testemunhados, recordações, tornando o leitor ou leitora um amigo ou amiga. A autora, muito sensível e atenta ao seu tempo, faz de sua crônica o espaço em que expõe corajosamente seu ponto de vista, incentivando quem a lê, a refletir com ela. Está aí, neste momento, a arte literária e o talento da cronista.
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