Sob a luz das lamparinas

Na construção deste livro fui buscar coisas de tempos e lugares distantes. Muito do que escrevi não está no tempo de agora, mas num tempo de experiências vividas que se misturam à fantasia. A composição textual reúne em sua narrativa recursos ficcionais associados à realidade. São textos sucintos, bem característicos do meu estilo narrativo.
Senti um imperioso desejo de visitar o mapa das impressões mais significativas da memória afetiva com incursões pela infância, como bem sugerem os contos “Sob a luz das lamparinas”, “Travessuras de infância” e “Quando é antigamente?”. São textos que exploram o universo dos afetos de um tempo que não é agora. Trago para o presente, lembranças de experiências, vivências que gosto de recordar, através da escrita. Em outros contos, revisito lugares e viagens, com a junção de influências e experiências, que vão compondo a narrativa desta minha primeira obra ficcional, conforme podemos constatar neste trecho do conto “Apenas era”: “Anoiteceu e as estrelas peruanas já cintilavam como fragmentos de cristal. Quando chegou no aeroporto de Lima, antes de entrar no avião contemplou o horizonte que mostrava indícios de que uma tempestade estava prestes a desabar”.

Autoria: Diulinda Garcia